6 de novembro de 2012

Motivos para comprar e para não comprar ações da Petrobrás


As ações da Petrobras (PETR3, PETR4),maior empresa brasileira e uma das maiores petrolíferas do mundo, sempre foram, para muitos investidores, sinônimo de segurança para o investimento de longo prazo, muitas vezes visando a aposentadoria.


De dois anos para cá, acompanhando o mau desempenho da bolsa brasileira, os papéis da petrolífera também têm “patinado” (desde novembro de 2010 os papéis preferenciais perderam 16% do seu valor, enquanto as ações ordinárias caíram 16%). Mas além do momento ruim da economia global, a capitalização da companhia em 2010 e a ingerência do Governo também pesaram no desempenho dos papeis. Ainda assim, muitos analistas enxergam boas perspectivas para a estatal.

Para quem possui este papel ou pretende comprar, o Portal Infomoney consultou especialistas que listaram alguns bons motivos para investir e outros que podem fazer com que as ações continuem com desempenho abaixo da expectativa. Confira a matéria da Infomoney na íntegra: 


Veja 4 motivos para comprar:
Possível reajuste de preços da gasolina
No último dia 29 de outubro, o diretor-financeiro da estatal, Almir Barbassa, disse em teleconferência com jornalistas que, olhando a defasagem de preço existente atualmente no País com o internacional, existe a expectativa de que o preço do combustível se alinhe com o preço internacional.

“Não temos data pré-definida, mas temos a expectativa firme de que os nossos preços se alinhem com preço internaciopnal no médio prazo", afirma o diretor.

O analista da BB Investimentos, Nataniel Cezimbra, aponta que um possível reajuste no preço da gasolina deve impactar positivamente os resultados da Petrobras. “Qualquer alinhamento de preço tem impacto direto nos resultados da empresa. Se isso acontecer, iremos revisar o preço-alvo das ações”, aponta.

Liquidez
Poder comprar ou vender um ativo na hora que quiser, sem ter problemas com a falta de liquidez é uma vantagem importante. E isso as ações da petrolífera têm de sobra: o volume financeiro das ações ordinárias (PETR3) frequentemente ultrapassa a casa de R$ 100 milhões por dia.

“As ações da Petrobrás são extremamente líquidas, ou seja, os investidores conseguem comprar ou se desfazer dos papéis com muita facilidade e ao preço de mercado. Não há grandes diferenças de preços entre vendedores e compradores”, aponta o diretor da Valore Investimentos Personalizados, Sérgio Quintella.

Múltiplos atraentes
Para o especialista, a empresa possui múltiplos atraentes, o que pode ser uma boa oportunidade para comprar “barato”. “O seu preço na bolsa em relação ao seu valor patrimonial está em 1,1”, pontua Quintella.

Já o analista da Citi Corretora, Fernando Siqueira, aponta que a Petrobras está sendo negociada a 12 vezes o lucro esperado para 2013, o que está acima da média do setor. Porém, com reajustes de preços e com a recuperação da produção de petróleo na bacia de Campos, estes números podem diminuir para cerca de 9 vezes, o que, segundo ele, representa um desconto sobre a média do setor.

Oportunidades de ganho operacional
No balanço do terceiro trimestre, a Petrobras anunciou uma queda de 29% no lucro operacional, para R$ 25,65 bilhões. Mesmo assim, o especialista acredita que este lucro pode aumentar.

“Apesar dos resultados recentes que decepcionaram o mercado, a empresa possui oportunidades de ganhos operacionais”, afirma Quintella.

3 motivos para não comprar as ações agora:

Governança Corporativa
A governança corporativa da Petobrás é um principais pontos negativos da empresa. Muitos analistas criticam a maneira com que o Governo interfere em decisões estratégicas da companhia e apontam que esta ingerência prejudica a empresa e afastam os acionistas.

O diretor da Valore lembra que, por ser uma estatal, a Petrobrás é mais suscetível a uma maior ineficiência e às pressões do Governo, como por exemplo, segurar o aumento de preços da gasolina para conter a inflação. “Em verdade a Petrobrás não conseguiu realizar os reajustes de preços de combustíveis da maneira que gostaria”, afirma.

Resultado abaixo do esperado
No final do mês de outubro, a petrolífera anunciou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 5,567 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o que representa uma queda de 12,60% ante os R$ 6,33 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. O resultado veio abaixo das projeções compiladas pelo Portal InfoMoney, que era de lucro líquido de R$ 6,48 bilhões no trimestre, de acordo com os analistas de Bradesco, Safra e Itaú BBA.

“Entendemos que os resultados abaixo do esperado que vimos recentemente podem atrapalhar o planejamento da empresa no médio prazo”, conclui Quintella.

Balança comercial deficitária
Durante a apresentação dos resultados do terceiro trimestre, Barbassa ressaltou que o aumento da demanda elevou a necessidade de importação de combustíveis pela estatal no terceiro trimestre de 2012. "O aumento de consumo, que é atendida com importação, traz resultado pior para o trimestre", afirmou.

Ele lembrou ainda que, apesar de os ganhos serem reduzidos pelo aumento da importação, a estabilidade cambial, a frota maior aliado às eleições municipais contribuíram para equilibrar os resultados.

Para Quintella, este também é um problema a ser enfrentado pela estatal. “Como os preços dos combustíveis no Brasil estão defasados em relação aos preços internacionais, a balança comercial de derivados de petróleoé deficitária”, conclui.

0 comentários:

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Bluehost Coupons