Após uma bateria de perguntas sobre suas antigas experiências profissionais e sua perspectiva em assumir o cargo de gerente na empresa, o recrutador resolve fazer um último questionamento ao candidato: “Se pudesse destacar um defeito em você, qual seria?”. Já com a resposta pré-formatada e à espera de ser utilizada caso essa pergunta seja feita, o entrevistado faz cara de pensativo, finge refletir por alguns segundos e dispara: “sou meio perfeccionista, gosto de fazer tudo com muita precisão, nos mínimos detalhes”.
O cenário acima é repetido quase que diariamente em entrevistas de emprego em todo o mundo. Por ser considerado um “problema leve” ou até mesmo uma característica positiva, o perfeccionismo virou a “desculpa” queridinha dos candidatos na hora de brigar por uma vaga. No entanto, ter em seu perfil o atributo de perfeccionista passa longe de ser uma virtude ou de um problema simples.
Segundo o escritor norte-americano Joseph Campbell, ela é nociva à produtividade humana: “A perfeição não leva a nada. Todo processo leva a algum tipo de desconstrução”. Tal desconstrução é resultado da busca infindável pela perfeição e, nesse processo, os perfeccionistas estão sempre insatisfeitos consigo; nunca fazem o suficiente aos seus olhos.
Quando as dúvidas a respeito da qualidade do trabalho se fazem constante e o indivíduo questiona frequentemente seu desempenho, a ponto de prejudicar a pontualidade e eficiência com rigidez e prudência em excesso, o perfeccionismo se torna um distúrbio neurótico. Dependendo dos danos ocasionados, pode até ser denominado de transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo.
No mercado de trabalho
Tentar atingir o nível da perfeição aflige inúmeras pessoas, principalmente tratando-se de negócios. Basicamente, o que acontece com uma vítima do perfeccionismo é que ela sem estar ciente que a perfeição não existe, acha que seu trabalho está sempre aquém do almejado e acaba sacrificando todos os outros aspectos em prol de uma meta inalcançável, tornando-o um profissional, na verdade, ineficiente.
Para vencer o perfeccionismo
Para ganhar notoriedade dentro da empresa é fundamental que o indivíduo trabalhe cada elemento de sua personalidade, tendo em vista que o perfeccionismo pode levar um profissional a ficar mais distante da qualidade, em vez de o contrário. O ideal é se dedicar ao máximo a todos os projetos e fazer o melhor que pode ser feito, tomando bastante cuidado para não ser extremista e nem buscar o inatingível. Para ser bem-sucedido é preciso ter consciência do real valor do tempo e saber bem como gastá-lo.
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